0 Há malta que não se toca

De manhã, nos transportes, a caminho do trabalho, todo eu sou um burro daqueles com palas nos olhos.

Não vejo nada nem ninguém, apenas uns vultos que aparecem à minha frente.

Ponho a minha música ordenada em modo ao calhas e siga para bingo.

Quando não me apetece ouvir determinada música, tiro o telemóvel do bolso, passo-a à frente e volto a colocar o dito cujo no bolso.

Se porventura nestes movimentos toco inadvertidamente no rabo de uma senhora, a palavra a reter é mesmo essa, inadvertidamente!

Bem sei que quem vê rabos não vê caras, mas será que a feia (sim, há que tratar as coisas pelos nomes) desta manhã pensou mesmo que eu a estava a apalpar!?

Virou-se para mim com um ar de ofendida, como se aquele roçar das minhas mãos no traseiro dela, não fosse o que de melhor lhe vai acontecer em toda a semana!

O modo pseudo-furioso com que me encarou serviu apenas para ela tirar umas fotografias mentais à minha pessoa para mais logo à noite poder usar o título deste post mas sem a palavra não!