Ora, este sábado decidi ir cultivar-me e fui à Feira do Livro.
Há já alguns anos que não ia a este certame, pelo que este ano decidi que não poderia faltar.
Ao chegar ao alto do Parque Eduardo VII, um orgulho patriótico apoderou-se de mim.
Meus amigos, aquela bandeira portuguesa é do caraças! Os espanhóis também têm uma em formato amarelo e vermelho lá pras bandas de Madrid, mas a nossa é maior, muito maior (seria sempre maior), mas a nossa está estrategicamente bem colocada, atrás da mais imponente (nunca, impotente) obra de João Cutileiro!
Olhar para aquela bandeira só dá vontade de começar a gritar: "Portugal... Portugal... Portugal"
Conforme fui descendo até à Feira propriamente dita, a minha auto-estima foi descendo em formato proporcional. A cada banca, a cada editora, a cada livro, sentia-me nitidamente fora do meu habitat.
Olhar para tantos livros e não conhecer capas, títulos, autores, foi um rude golpe para mim.
A única coisa familiar e com a qual me identifiquei foi com a rulote dos churros!
A poesia aromática que é transportada em cada estalido do óleo entrelaçado em açúcar e canela, desperta os poros sensoriais que em mim subsistem.
Admito, a leitura livreira não é um dos meus fortes. Por diversas vezes tentei combater esta minha pouca apetência para a leitura, mas acabei invariavelmente derrotado por uma qualquer variante que me levou a pôr de lado este ou aquele livro. Talvez não tenha tido a sorte de encontrar os livros certos, aqueles que nos fazem crescer enquanto pessoas e que nos marcam para a vida (desde que a forma como nos marcam não seja derivado de um qualquer arremesso, por mim tudo bem).
Ainda assim, sou teimoso, e vou-me tentando integrar na sociedade, comprando um livro ou outro de ano a ano, pois quando surge o tema de conversa "Que livro andas a ler?", responder que nenhum porque não se é muito dado à leitura, equivale a dizer que temos peste bubónica!
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